sábado, março 11, 2006

O cheiro a bosta

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, deparo-me com o seguinte título de uma notícia: 'Familiar de Nazi Será Judeu'.

Mathias Goering, descendente de Hermann Goering, um dos braços direitos (sim ele teve uns quantos) de Adolf Hitler, vai converter-se ao judaísmo. Aos 49 anos, depois de passar a vida "atormentado pelo nome de família", Mathias decidiu romper com o passado familiar e aderir a todos os rituais que distinguem a religião judaica.

Dá que pensar. A mim deu. Quanto não vale o peso da história, seja ela bem ou mal contada. Por reconhecer argumentos válidos em ambas as correntes, revisionistas ou não, recuso-me ser um pato que se prepara para ser transformado em 'fois gras'. Questiono-me se terá sido realmente assim. Não defendo, mas também não critico. Recolho informação, absorvo-a e analiso-a. Dos bons e dos maus. Sejam eles quem forem.

O que leva alguém recusar a herança genética, para mergulhar numa penitência tão ou mais ditatorial do que aquela a que Goering ajudou a implementar? Quais as responsabilidades de Mathias pelos actos de Hermann? Houve pressões para esta decisão? Que credibilidade tem?


"A bosta de boi é mais útil que os dogmas; serve para fazer estrume". - M.T.T.