domingo, março 12, 2006

Exposição

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, não consegui ficar indiferente a uma exposição patente em Castelo Branco.

Não tive e penso não ter oportunidade para a visitar. Felizmente não preciso de me deslocar até lá para tomar conhecimento do assunto da mesma, afinal basta ler/ver.

Uns têm a a primeira emenda ou como dizem: a 'first amendment'. Outros há que têm o 25 de Abril. Por outro lado, na China fecham-se blogues por serem incómodos ao regime.

Compreendo que, no segundo caso, ainda demore algum tempo a atingir a sua plenitude. Afinal, tem pouco mais de 30 anos. A cultura do 'Lápis Azul' ainda está muito enraizada.

Não preciso de dizer que fico triste com todo e qualquer acto de censura. Mas, mesmo assim: “Estou triste”.

Aquele com quem esperava trocar algumas palavras, ideias, opiniões, iguais ou diferentes, optou por fazer uma cruz, de cor azul.

Não percebi, nem percebo. Sempre ouvi dizer: ‘Junta-te aos bons e serás como eles’.
Era precisamente isso que eu queria fazer. Obviamente não quero ser como ele, mas queria juntar-me. Como disse e repito: Gosto do que leio e continuarei a ler.

Nunca foi minha intenção criar conflitos com alguém. Não considero que a troca de ideias seja um conflito. Acredito que só evoluímos se trocarmos experiências uns com os outros. Quem se fecha em si próprio estagna. Eu pretendia evoluir.

Desconfio que uma das razões para a utilização do lápis azul tenha sido uma questão de identificação. Mas que raio, a liberdade permite-me estas coisas. Não quero ser identificado. A evocação de Janus continua a parecer-me apropriada para a designação deste blogue. Não me chamo Janus, naturalmente, mas utilizo-o como um veículo para expressar o que me vai na alma. Sempre achei perigoso dar-me, realmente, a conhecer. Com nome e tudo. Não acrescentaria nada às pessoas que me lêem. Mas se isso significa ser cobarde, então sou cobarde.

Lembro-me, quando era miúdo, de me deitar e rezar uma pequena oração: blá blá blá e tenho muita pena de vos ter ofendido. Ajudai-me a não tornar a pecar.

“O mais sólido e mais duradouro traço de união entre os seres é a barreira” – P.R.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Janus.

Não me parece justo que fiques sem resposta.

Parece-me que compreenderás que não é fácil ver em todos os posts de um determinado novo blog, criado no mesmo dia em que o autor faz o primeiro comentário ao meu, em que cada post faz referência a qualquer coisa de um meu (até o Cavaco...), em que usas a expressão "vou estudar-te" ou "és um desafio para mim", em que o único link disponível para blogs é o do meu, em que, num determinado comentário, utilizas a expressão "já leste o meu blog?" (parecendo ser uma forma de chamar a atenção; se as palavras tivessem som, teriam soado a arrogância), no primeiro post escreveres "meter-me com esse estranho ser" e até mesmo comentares uma banda sonora quando eu o fiz uns dias antes.

Percebe que todas estas "coincidências" assustam e devem ser alvo de censura. Não posso alimentar este tipo de coisas. Percebe que não é difícil alguém sentir-se perseguido e incomodado por isto.

Aquilo que concluí, como gesto de defesa, é que tinha de interromper-te, rapidamente. Não me pareceu que estivesses a debater coisa alguma; pareceu-me sim que estavas a utilizar cada uma das minhas ideias para expressar as tuas. É óbvio que isto é incómodo.

Posso até tentar acreditar nas tuas palavras "Não percebi, nem percebo. Sempre ouvi dizer: ‘Junta-te aos bons e serás como eles’.
Era precisamente isso que eu queria fazer. Obviamente não quero ser como ele, mas queria juntar-me.". O que tens de entender é que não fizeste a abordagem correcta (basta leres a forma como senti a comparação do teu blog ao meu). Na blogosfera, não é suposto isto acontecer, digo eu.

Para terminar, acrescento que a escolha de algumas expressões no meu post, como a chocante pelos termos "eu quero é que tu te fodas" devem ser lidas com dois sentidos. Neste caso, eu só quero que me deixes em paz, pelo menos enquanto a tua abordagem for aquela que foi até à data (quando digo que a merda vai continuar, é a isto que me refiro). Não, não o suporto.

Quanto a chamar-te cobarde, vai um pouco mais longe do que o nick, como podes ver por este comentário.

Lamento, mas não me pareceu ter outra escolha. Teria? Agora que sabes o que interpretei, achas sinceramente que teria?

13 março, 2006 01:48  

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