Ao sabor do vento
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O vento estava a tirá-lo do conforto do ninho, fazendo com que caísse constantemente.
Foto-2
Apesar das inumeras tentativas, estava sempre a cair. Por isso resolvi tomar conta dele.
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Ainda não sabia comer. Tentei alimentá-lo como podia. As ferramentas não eram muitas.
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Ensinei-lhe que podia confiar. Aprendeu onde tinha de ir buscar o comer.
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Ficou tranquilo. Depois da tempestade... o sossego. Dormiu na minha mão, comeu na minha mão, sujou a minha mão. Não sabia voar, nem comer sozinho.
Num dia de manhã, cedo, do qual não há registos, coloquei-o numa caixa, onde os pais o pudessem ver e alimentar. Durante um bom pedaço de tempo, eles cumpriram com as suas obrigações.
A meio da manhã decidi que talvez estivesse melhor no ninho, onde os pais chegassem com mais facilidade. Assim foi. O rapazito que não sabia comer sozinho, que andava aos trambulhões porque nem dar uns saltitos conseguia, ganhou asas e vou. Um voo tosco, movido pela força do vento. Optou por tornar-se adulto antes do tempo. O primeiro, talvez tenha sido o último voo que fez. Não sei, mas quero acreditar que não. Espero que esteja algures por aí, a contar aos outros que afinal existe um gajo, mal encarado, que se preocupou.
"Desejo tanto que respeitem a minha liberdade que sou incapaz de não respeitar a dos outros" - F.S.
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