quarta-feira, maio 10, 2006

Zequinhas

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, olhei para o velocímetro e realizei que ia a 100 Km/h. Nada de extraordinário. Gosto de andar depressa, mas com moderação. Gosto de sentir a velocidade que o meu carro transmite.

Olhei outra vez e estava a chegar aos 120 Km/h. Escuto o barulho do motor a puxar. Na auto-estrada, algum trânsito. Fluido. Nada de situações preocupantes. A paisagem, lá vai passando, sem grandes pressas. O sol está quente. Felizmente, a minha viatura não tem ar condicionado. Tão bom. Acelero mais um pouco, na esperança que o ar, recebido pela 'sofage', comece a refrescar o interior. Nada. Parece que não está a resultar. 130 Km/h. Já se sente qualquer coisa.

Coloco-me na faixa do meio. Apesar de estar numa auto-estrada, as curvas fazem-se melhor nesta faixa. Se precisar de espaço, posso chegar-me para a esquerda ou direita sem grandes problemas. Não há trânsito. Um ou outro carro. Nada de mais.

Abro um bocadinho a janela do meu lado. O ar refresca, mas o barulho é quase intolerável. Vocês sabem do que estou a falar. Começam a aparecer alguns carros. 140 Km/h. O motor está bom. Puxa bem. Parece que o meu carro quer andar mais um bocadinho. Salto para a esquerda e acelero. 150 Km/h. Confesso que me dá algum gozo 'empurrar' carros melhores do que o meu para a faixa do meio. Empurro um, dois, três. 160 Km/h. Não dá mais. Bem que carrego no pedal, mas nada. Colo-me a um Audi.


Pelo barulho, o meu carro daqui a bocado rebenta. Até está a aguentar-se bem. O senhor da frente, naturalmente, não estica muito. Eu lá vou. Sempre atrás dele. A paisagem já não vai tranquila. Foge rapidamente dos olhos. CONSEGUEM OUVIR O BARULHO? QUASE QUE NÃO ME OUÇO. ISTO NÃO ESTÁ FÁCIL. Tenho de mudar de faixa. Está um gajo a fazer-me sinais.

"Foda-se estes zequinhas não andam nada e só empatam quem pode" - Qualquer tuga