sábado, abril 01, 2006

Vou deixá-la

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, decidi que vou prescindir de algo na minha vida. Acordei, bem disposto, com apetite de tudo. Ultimamente ando assim.

Deve ser por estar embriagado com o que vejo. Afinal, quanto mais tempo tenho, maior eu fico. De uma forma ou de outra cresço.

Num desses momentos de crescimento, dou por mim a pensar que até gosto dela. Começou por ser uma coisa diferente, mas rapidamente se transformou num prazer. Nada que se repetisse com muita frequência mas, a cada vez encontro com ela, ficava de rastos. A satisfação era imensa, apesar de, algumas horas após a ter possuído, sentir a sua ausência.

Estranho, o prazer que sentia deveria manter-se em mim por mais tempo.

Hoje, ela feriu-me de morte. É suja, é porca. Seja em que local for, em que altura for, é badalhoca. Nada que já não suspeitasse, mas confirmar é sempre uma desilusão.

Estou marcado para sempre. E agora, como será? Terei de encontrar uma alternativa a ela. No entanto, ninguém me garante que seja diferente com outra.

Consumada que está a perda, surge agora a saudade. Nada a fazer, vou riscá-la. Nunca mais a quero ver, apesar da satisfação obtida com ela.

De certeza que não serei o único a pensar assim. Afinal, quem voltará a um restaurante chinês, após ver a reportagem da SIC sobre a higiéne, aliás, a falta dela.

"Não existe amor mais sincero do que aquele pela comida " – B.S.

1 Comments:

Blogger Micas said...

Gosto muito da maneira como expões os assuntos.
Claro que podes linkar, até te agradeço. Vou fazer o mesmo, para não perder o caminho até aqui.
Fica bem :)

06 abril, 2006 22:01  

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