terça-feira, maio 30, 2006

Hã?!

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, perguntei-me: 'Hã?'

Mês: Setembro
Ela: Tens de gravar uns videos de exercicios para começar a fazer cá em casa!
Ele: Está bem. Vou arranjar-te os videos da Claudia Schiffer, da Anna Kournikova e da Cindy Crawford.
Ela: Boa. Todos os dias vou fazer uma horinha de exercicio, para chegar ao Verão em forma.

Mês: Outubro
Ele: Já te fiz os cd's. Podes ler no DVD da sala.
Ela: Vou já tratar disso.
(...)
Ela: Isto é muito complicado. Não tenho espaço. Não tenho as coisas que eles mostram no video. Isto não dá.
Ele: Mas só precisas de uma toalha estendida no chão e um pau. O resto é tudo movimento corporal.
Ela: Eu depois faço.
Ele: Está bem.

Mês: Novembro
Ela: Temos de comprar uma bicicleta. Estamos a ficar gordos que nem texugos.
Ele: Pois temos. Também vou começar a fazer exercicio físico.

Mês: Dezembro
Ela: Este mês é uma desgraça. O Natal arrumou connosco.
Ele: No próximo ano é que vai ser. Ano Novo, vida nova.
Ela: Compramos a bicicleta e vais ver.

Mês: Janeiro
Ela: Estamos com azar. Ainda não é este mês que vamos comprar a bicicleta.
Ele: Pois estamos. Eu vou começar a fazer qualquer coisa. Correr ou nadar.
Ela: Pois e eu não faço nada. Estás a borrifar-te. Não gosto de correr.
Ele: Então e os videos?
Ela: Isso não dá nada.
Ele: Se não fizeres é natural.

Mês: Fevereiro
Ela: Não podemos continuar assim. Temos de começar a fazer qualquer coisa.
Ele: Eu já comecei a correr.
Ela: Mas eu não gosto.
Ele: Andas de bicicleta.
Ela: Sim, mas não tenho tempo.
Ele: Isso também é verdade. Reconheço que tens razão. Se há alguém que faz alguma coisa em casa, essa pessoa és tu. Agradeço-te por isso.
Ela: Se tivesse a bicicleta em casa. Chegava do trabalho e fazia uma horita.

Mês: Março
Ela: Vamos comprar a bicicleta.
Ele: Vamos.
Ela: Que modelo é que escolhemos?
Ele: Sei lá. Há umas que também dão para trabalhar os braços, mas não são tao resistentes.
Ela: Pois.
(... após alguma discussão)
Ela: Levamos esta.
Ele: Mas são 30 contos. É bom que lhe des uso.

Mês: Abril
Meteram-se umas férias pelo meio e o exercicio foi pouco.

Mês: Maio
Quase a terminar. Exercicio: Zero.


"Mesmo quando não havia nenhuma esperança, sempre procurei dar o melhor de mim" - OW

P.S. Qualquer semelhança entre este texto e qualquer acontecimento real é pura coincidência.

segunda-feira, maio 29, 2006

(in)justiça

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, voltei a sentir algum embaraço por ser ocidental. Parte do alegado eixo do bem, que se impõe às outras culturas, nações e povos.

Não digo que seja (in)correcto, mas chateia-me.

Former Nazi removed from space hall of fame

ALAMOGORDO, New Mexico (AP) - A former Nazi scientist who was linked to experiments on prisoners in the Dachau concentration camp in Germany has been ousted from the International Space Hall of Fame.

Hubertus Strughold, who had been honored in 1978 for work in developing the spacesuit and space capsule and for his contributions to space medicine, was removed last week by unanimous vote of the New Mexico Museum of Space History's commission.

The German-born scientist was brought to this country by the U.S. military after World War II to work on aerospace projects. He died in 1987.

The removal process began last fall after a museum visitor noticed Strughold's name in its hall of fame and notified the New Mexico Anti-Defamation League, said Susan Seligman, the league's regional director.

The league uncovered records of Strughold's past and presented them to the commission. Strughold was linked to experiments on concentration camp prisoners in the 1940s as the Nazi director of medical research for aviation, Seligman said, though she said she did not know of him personally conducting experiments.

Strughold's name was removed from Brooks Air Force Base's aero-medical library in 1995 and his picture was removed from the mural "The World History of Medicine" at Ohio State University in 1993, the Anti-Defamation League said.

"A ingratidão é sempre uma forma de fraqueza. Nunca vi homens hábeis serem ingratos" - J.G.

domingo, maio 28, 2006

O homem na caixa

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, lembrei-me de quando era um moço 'agrunjado', um moço embalado aos sons de vindos do outro lado do Atlântico.

Era um rapaz tranquilo, apesar de uma certa revolta interior, escondida num cinismo pragmático que, confesso, ainda conservo. Parte dele pelo menos. Hoje, em virtude da experiência, mesmo que escassa, consigo transmitir às pessoas o que sinto por elas.

Não é de mim que quero falar. Pelo menos directamente. Quero falar-vos de alguém que esteve, recentemente, bem pertinho de nós.




Get Born Again

Sad suffering
I knew you when
Fairwell thee friend of mine
I try not to think
I merely blink
Hope to wish away the lies...
I...
Can you protect
Me when Im wrecked
Ill pretend youre still alive
I choose the day
One death and grey,
Thick fog, I hide and smile
Clear all your sins
Get born again
Just repeat a couple lies
Lies... yeah
Sad suffering.....
Get born again....


"Quando morreres, serás algo bem pior do que um morto. Serás uma lenda" - M.P.

quarta-feira, maio 24, 2006

Informação

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, deparo-me com mais uma série de títulos de jornais que falam por si.

Não me vou alongar muito em comentários. Não vejo necessidade para isso.

1º 'Vitória' não regressa à Luz

2º Água com gás e vidro

3º Preso e sem dinheiro

4º Castro leva fraldas à UE

Tudo isto numa só edição de um jornal nacional. Muito bom.

"A má informação é mais desesperadora que a não-informação" - C.C.

quarta-feira, maio 10, 2006

Zequinhas

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, olhei para o velocímetro e realizei que ia a 100 Km/h. Nada de extraordinário. Gosto de andar depressa, mas com moderação. Gosto de sentir a velocidade que o meu carro transmite.

Olhei outra vez e estava a chegar aos 120 Km/h. Escuto o barulho do motor a puxar. Na auto-estrada, algum trânsito. Fluido. Nada de situações preocupantes. A paisagem, lá vai passando, sem grandes pressas. O sol está quente. Felizmente, a minha viatura não tem ar condicionado. Tão bom. Acelero mais um pouco, na esperança que o ar, recebido pela 'sofage', comece a refrescar o interior. Nada. Parece que não está a resultar. 130 Km/h. Já se sente qualquer coisa.

Coloco-me na faixa do meio. Apesar de estar numa auto-estrada, as curvas fazem-se melhor nesta faixa. Se precisar de espaço, posso chegar-me para a esquerda ou direita sem grandes problemas. Não há trânsito. Um ou outro carro. Nada de mais.

Abro um bocadinho a janela do meu lado. O ar refresca, mas o barulho é quase intolerável. Vocês sabem do que estou a falar. Começam a aparecer alguns carros. 140 Km/h. O motor está bom. Puxa bem. Parece que o meu carro quer andar mais um bocadinho. Salto para a esquerda e acelero. 150 Km/h. Confesso que me dá algum gozo 'empurrar' carros melhores do que o meu para a faixa do meio. Empurro um, dois, três. 160 Km/h. Não dá mais. Bem que carrego no pedal, mas nada. Colo-me a um Audi.


Pelo barulho, o meu carro daqui a bocado rebenta. Até está a aguentar-se bem. O senhor da frente, naturalmente, não estica muito. Eu lá vou. Sempre atrás dele. A paisagem já não vai tranquila. Foge rapidamente dos olhos. CONSEGUEM OUVIR O BARULHO? QUASE QUE NÃO ME OUÇO. ISTO NÃO ESTÁ FÁCIL. Tenho de mudar de faixa. Está um gajo a fazer-me sinais.

"Foda-se estes zequinhas não andam nada e só empatam quem pode" - Qualquer tuga

terça-feira, maio 09, 2006

O poder do som

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, contara-me a história de um rapaz. Já antigo, muito antigo. Atenção, não quero dizer antiquado.

Esse rapaz tinha um dom. Era filho de pessoas muito especiais e eles achavam que o seu rebento não podia ser igual aos outros. E não era.

As suas capacidades eram ímpares. Todos o achavam o melhor deste mundo e do outro. Adorava sentir-se bem. Os elogios eram retribuídos, com mais demonstrações da magnitude do seu dom. As pessoas agradeciam aos deuses por contactarem com esta dádiva.

A certa altura da sua vida, ele conheceu ela e casaram-se. Uma mulher linda, sem defeitos, mas que tinha o infortúnio de não ser descendente de pessoas especiais. Ela morre.

A sua ausência, fez com que ele deixasse de presentear as pessoas com o seu dom. Mas isso não esvaziou o seu amor e foi procurá-la nos confins do mundo. O caminho foi difícil, recheado de perigos. Mesmo assim, encontrou-a. O seu novo senhor, porém, não permitiu que a levasse.

Foi então que ele, mais uma vez, apelou aos deuses. 'Ajudem-me a mostrar a força do dom que me deram', disse ele, enchendo-se de coragem e determinação.

Assim foi. O novo amo cedeu, autorizando-lhe a levá-la de volta ao seu mundo. O pior, contudo, estava para vir. Na viagem, ele teria de confiar nas palavras proferidas pelo senhor e nunca olhar para ela.

A tentação era enorme e, apesar de ser especial, não resistiu. Olhou. Perdeu-a para sempre e nunca mais deu uso ao seu dom.

"O homem morre a primeira vez quando perde o entusiasmo" - H.B.

quinta-feira, maio 04, 2006

Vá lá saber-se

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, disseram-me que o melhor pintor/artista para fazer um retrato meu seria.... Andy Warhol.

Após responder algumas questões, simples, mas em inglês, foi esse o resultado.

Curiosamente até gosto do rapaz, apesar daquele penteado estranho. É certo que ele não era muito certo das ideias, mas será que ninguém o alertou. A mim já me disseram muitas coisas sobre o meu 'penteado'. No entanto, não vou mudá-lo. Porque será? Eu sei e imagino as razões do Andy Warhol. Só não percebi o porquê de estar representado um rosto de mulher.



Quem Deveria Pintar o Teu Retrato?

"Acho que tenho uma interpretação muito livre de trabalho, porque penso que estar vivo já dá tanto trabalho que não queremos fazer mais nada" - A.W.

Hoje acordei assim...

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, realizei que sou viciado. Adicto. Não há um único dia que consiga resistir-lhe. Por vezes, quase sempre, mais do que uma vez por dia.

A sensação que transmite é indescritivel. Por isso nem vou entrar em devaneios e dizer que me arrepia, que me leva ao céu, que me isto e que me aquilo. E que... e que... e que...

É simplesmente o que é. Para mim uma coisa, para vós outra. Nunca igual. Umas vezes rápida, outras lenta. Pode ser excitante ou tranquilizante. Tanto me faz.

Hoje acordei assim... a ouvir Moonspell.


"Onde há música não pode haver coisa má" - M.C.